Gilmar França é porto-alegrense. É casado, tem três filhos do primeiro casamento e uma filha do coração, do segundo. Nasceu e cresceu no Bairro Sarandi em uma família de oito irmãos. A mãe, do lar e o pai, portuário. Tem o segundo grau completo e cursou parte da faculdade de História.
Sua trajetória profissional iniciou na Metalúrgica Jano, em 1977, quando ao trabalhar numa prensa perdeu parte do dedo indicador da mão direita. Hoje uma de suas marcas registrada ao lado da intensidade com que se dedica a defesa dos trabalhadores da saúde.
Enquanto fazia a série de tratamentos e curativos no Hospital Cristo Redentor, Gilmar teve um contato maior com o trabalho em saúde e apaixonou-se. E, ao invés de amargar a perda e o trauma, resolveu dar uma guinada na sua vida profissional.
Mesmo freqüentando um centro de recuperação para poder adaptar-se a uma nova atividade na empresa, colocou na cabeça que ia trabalhar em um hospital e ajudar as pessoas a se recuperarem de suas doenças com a mesma dedicação que recebeu dos funcionários do Cristo Redentor.
Foi assim que, em 1979, Ingressou no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Foi jardineiro, e passou pelo almoxarifado e pela farmácia. Depois de freqüentar o curso de auxiliar de enfermagem conseguiu uma vaga no Cristo Redentor, onde trabalhou de 1984 a 1988.
Naquele ano foi demitido durante a paralisação histórica de 30 dias, que foi encerrada com mais de uma centena de demissões injustas e ilegais de trabalhadores grevistas.
Esta greve e as demissões marcaram a conquista de um novo e melhor patamar de salários para os servidores do GHC. O custo foi uma autoritária e ilegal dispensa de todas as lideranças envolvidas no movimento.
Alguns negociaram a reintegração com os gestores da época, outros foram exercer cargos em comissão e cartas contratos em instituições que apoiaram os grevistas. Gilmar não negociou seu retorno. Aguardou a decisão final da justiça, que iria demorar quase uma década.
Então, para sobreviver, trabalhou na construção civil, como cobrador de ônibus, na Springer Carrier, da Fundação Gerdau e da Siderúrgica Riograndense, como Auxiliar de Enfermagem responsável pela segurança do trabalhador.
Neste período, enquanto desenvolvia suas atividades e aguardava o processo de reintegração judicial no GHC, percebeu que precisava fazer alguma coisa contra as injustiças sofridas pelos colegas.
Arregaçou as mangas e entrou na luta sindical para trazer o SINDISAÚDE-RS para a luta ao lado de todos os trabalhadores da saúde. Buscou o companheiro João Menezes na ASHCLIN e se aproximou dos trabalhadores do interior através do apoio a candidatura Milton Kempfer para presidente da FEESSERS.
Em seguida, fundou o Movimento de Oposição do SINDISAÚDE-RS, reconhecido em congresso pela CUT-RS, conquistando finalmente a direção do SINDISAÚDE-RS junto com um grupo de trabalhadores.
Ele mesmo, João Meneses e vários outros trabalhadores foram impedidos de concorrer ao sindicato, mas não deixaram de lutar pela vitória do grupo que haviam articulado no Movimento de Oposição.
Foi só em 2005 que Gilmar finalmente entrou na diretoria do Sindicato já na gestão de João Menezes, onde hoje atua como diretor jurídico.
Hoje, o resultado de seu trabalho incansável é o seu cartão de visitas e o fundamento de sua reputação como liderança competente e resolutiva. Polêmico, Gilmar tem em sua reputação a honestidade de quem possui um imenso capital político fundado na coerência e no trabalho cotidiano em defesa dos trabalhadores da saúde.
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